Ela vinha à padaria todos os dias. A rotina era a mesma irremediavelmente. Pontualmente as nove, o sol ainda não castiga nesse horário. Ela entrava a passos curtos, pedia o café – sem açúcar, por favor -, sentava-se a mesa devagar, conversava sozinha, tirava um papel do bolso, lia-o, chorava, terminava o seu café, levantava-se e ia embora com o rosto molhado. E eram assim todos os dias. Todos, menos hoje. Hoje ela não veio até a padaria. Olhei para fora do estabelecimento, carros de polícia, um bombeiro, e um saco preto sobre o chão. O saco cobria um corpo, o dia passa e eu sei que a encontrarei novamente, mas não por agora.
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