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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Rosas Vermelhas

Juro que não era de meu gosto. E, agora, só eu sei a treva que me fita. Sou sabedor de que fui o culpado. Perdi o comando do automóvel. E uma árvore inoportuna estava em meu caminho... Sinto-me amaldiçoado, funesto, maldito. O meu grande amigo-irmão sentava-se ao meu lado. Sei também que passei, por muito, o limite. Esse amigo permaneceu no coma por alguns dias. Eu saí incólume. Apenas algumas dores infernais de cabeça e dormência por todo o corpo. Fui à clínica enquanto ele ainda dormia. Falei com ele que fez gestos com a cabeça - tenho a certeza de que fui entendido naquela noite. Pedi o seu perdão e ele me deu. Mas... Desde que ele acordou que não se dirige mais a mim. Tentei chamar sua atenção, mas me trata com total desprezo. Sei que estava errado. Mas, ele não poderia guardar esse ódio, esse rancor por tanto tempo. Já desisti de falar com ele. Hoje, faz um ano que o desastre aconteceu. Ele saiu de casa, passou por uma floricultura, acho que comprou flores para a amada. Rosas vermelhas. Sempre lhe falei que eram as minhas preferidas. Dirigiu-se a um cemitério próximo daqui. Deixou as flores no túmulo de alguém. Estranho. Eu o ouvia. Ele, augusto, rezava... Sim... Ele rezava... Levantou-se. Dúbio, tentei lhe falar novamente o que sentia, afinal, já faz um ano. E era como se eu não existisse...

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