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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Diálogo

- Sabe amigo, é com tristeza que lhe digo que jamais me apaixonarei, posto que, um dia, já me apaixonei.

- Cuidado com o que diz agora, por uma dor que sofrera outrora. Digo-lhe que cairá novamente ao fundo, pois é o que acontece a todo mundo.

- Comigo não, meu irmão. Não sabe o que passei, então. Caí de um lugar muito alto em um chão duro, duro como asfalto.

- Cair, todos nós caímos, e à vida, continuamos seguindo. Mesmo com o escuro envolto, e digo mais: seu problema não é maior que o dos outros.

- Quer apostar que, novamente, não irei me apaixonar? Ofereço-lhe um milhão, pois, daqui vinte anos, terei o dinheiro na mão.

- Eu aceitarei a sua aposta, daqui vinte anos, estará com a mulher que gosta e, mostrará no olhar a beleza que é se apaixonar.

- Isso não acontecerá mais comigo. Pensarei mais em mim. Abrigo. Tentar ser uma pessoa melhor, desatar de mim, todos os meus nós.

- Sendo uma boa pessoa, verá que o coração se perdoa. Tendo um bom semblante, atrairá pessoa interessante.

- A lei da atração, comigo, não cola. Aprendi quando saí da escola. A vida é bem diferente quando o que acontece é com a gente.

- A vida é um reflexo do que decidimos. De tudo que vivemos e vimos. Mas ela nunca espera em tecer a vontade que nos cega.

- Mas aprendo vendo outros errando, e, contra a vida, vou me armando. Tenho tudo pra não ceder pelo que ela me faz sofrer.

- Pois eu aposto contigo, daqui vinte anos, se eu estiver vivo, encontrá-lo-ei na rua vivendo, e você me dirá sorrindo “estou te devendo” e eu responderei bastante alegre “está feliz? Se sim, então já pagou o que me deve...”.

Rafael Albuquerque

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